Super promove ação social em Porto Alegre
Almoço coletivo para quilombolas em situação de pobreza marcou a primeira fase do projeto piloto Super Recolhe.
A primeira fase do piloto do projeto Super Recolhe foi marcada com a distribuição de cerca de 500 refeições em um almoço coletivo oferecido pela Super para moradores em situação de insegurança alimentar do Quilombo Santa Luzia, em Porto Alegre. Esta etapa foi um marco de sucesso que trouxe um resultado importante para este primeiro estágio e servirá como base e engajamento para as próximas fases do projeto piloto.
A iniciativa contou com a parceria da Ação da Cidadania, que possui um trabalho humanitário extenso na região e indicou algumas comunidades em áreas de atuação da Super. Dentre os territórios apresentados com população mapeada em extrema pobreza, o quilombo foi escolhido pela Super também por sua representatividade e condição socioeconômica, numa perspectiva que engloba gênero, raça e discriminação e, ainda, tendo como líder uma mulher trans.
O Super Recolhe visa incentivar o descarte correto do óleo de cozinha usado e revertê-lo em biocombustível. O recolhimento acontece tanto na Unidade de Canoas quanto em restaurantes parceiros da empresa. O projeto tem um viés educativo e socioambiental muito grande, pois, além da conscientização do impacto positivo no meio ambiente, também atua na questão da reciclagem e seus benefícios, revertendo 100% do valor arrecadado com as reciclagens em ações socioeducativas para a população.
Para 2023, a expectativa é expandir a coleta para outros clientes, aumentando a capilaridade e o resultado da arrecadação. O líder do projeto e analista de Sustentabilidade, Gabriel Romero, destaca a importância do engajamento de todos.
"Temos a oportunidade de evitar o descarte de uma substância nociva ao meio ambiente e contribuir para transformá-la em energia renovável. Além disso, fazemos a diferença por meio da ação social na sua própria comunidade. Muito orgulho em fechar a primeira fase desta forma", afirma Gabriel.
Lucinda Miranda, coordenadora de Responsabilidade Socioambiental, acrescenta: “nosso compromisso é conscientizar a população e pautar a questão do descarte correto de resíduos e seus benefícios para a saúde, o meio ambiente e a economia por meio da informação. E esse projeto proporciona mais que isso. Hoje, num momento grave de fome no Brasil, vários de nossos colaboradores estão aqui voluntariamente no quilombo, trazendo esperança e minimizando a fome dessas pessoas”.
Fundado há 35 anos, o Quilombo Santa Luzia é liderado por Morgana Alves, a primeira mulher trans líder quilombola no país e diretora do quilombo. Em seu trabalho, além de administrar o quilombo, Morgana também acolhe pessoas em situação de rua e promove projetos na comunidade do Jardim Cascata.
“Quando sei que tem uma pessoa com fome, eu não durmo direito”, pontua. “Não temos muita ajuda aqui. Por isso, o sentimento é de esperança e de muita gratidão por conseguirmos proporcionar um tipo de ação como essa que estamos realizando hoje com o apoio da Supergasbras”, conclui.
Para Melissa Bargmann, coordenadora estadual da Ação da Cidadania, a escolha do Quilombo Santa Luzia tem um significado muito especial. São 420 famílias sem acesso a saneamento básico e outros direitos garantidos pela Constituição.
“A Ação da Cidadania vem desenvolvendo um trabalho de longo prazo junto à comunidade quilombola, especialmente nessa região onde será instalada, ainda este ano, uma cozinha comunitária. As pessoas que vivem nessa comunidade estão em insegurança alimentar grave. Elas têm que batalhar diariamente cada refeição que precisam fazer. Trazer esse alimento pra elas é dar cidadania, pois quando a comida já foi negada é porque os outros direitos todos já se foram”, afirma.
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